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sexta-feira, março 26, 2010

L'Oiseau






Ela acordou e decidiu ir ao médico. Imaginou que pudesse ser algo sério, ou até mesmo grave! Grave?! Saiu correndo...
Relatou ao médico as dores que vinha sentindo nas costas. Ele disse para voltar para casa, e a dor com o tempo ia passar.
O tempo foi passando e nada das dores diminuírem e agora sentia-se sem espaço. Incomodamente sem espaço. O que ela teria para a ocorrência de sintomas tão diferentes. Será que é tão grave que nem o médico quis revelar?! Claro, é o trabalho, faz parte da ética médica não revelar que um paciente que tem algo grave, pensou. Ela não se sentiu vencida. Pela 3° vez retornou ao médico. Dr°., pode contar, eu sou forte. Pode falar o meu diagnóstico. Meu caso tem cura?! Qual tratamento?! Disse ela apreensiva.
O Médico olhou-a... não tinha palavras... mas deixou o pensamento falar alto: O que você tem não é nada grave. Demanda paciência e tentativas... é preciso não ter o receio de arriscar... lançar-se quando for preciso... as dores serão normais, e a sensação de falta de espaço faz parte da adaptação. Mas Dr° como não é nada?! Eu tenho queixas... meus sintomas tem interferido... sinto a cada dia minha vida mudar... com frequência, definitivamente, não sou mais a mesma... acho que todos tem percebido isso...
o Médico olhou aquela jovem novamente, e compassivo deu seu diagnóstico: Você não está doente, mas tem sintomas...; você não aparenta ferimentos... mas tem dores...; se diz sem espaço... mas vejo todo ele a sua volta...; Diz que não é mais a mesma... mas todos veem a mesma jovem cada dia muito melhor...; Você não tem asas... mas já chegou sua hora de voar...


Por
Cela Ton

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